Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - Iniciativas para encerrar os protestos no Equador estão em impasse nesta quinta-feira, já que o governo do presidente Guillermo Lasso se recusou a encerrar as medidas de emergência, como era exigido pelos manifestantes majoritariamente indígenas, e enquanto a petroleira estatal Petroecuador reportou que sua produção caiu quase pela metade.
Os distúrbios por conta de combustível, alimentos e outros itens básicos explodiram em protestos que se tornaram violentos no país desde o dia 13 de junho, levando Lasso a declarar um estado de exceção em pelo menos seis províncias, incluindo a capital Quito.
As manifestações --que são maiores e mais duradouras que as marchas contra as altas de combustíveis em outubro do ano passado-- estão testando a capacidade de Lasso de retomar a economia e a geração de empregos no país.
Lasso tem uma relação conflituosa com a Assembleia Nacional do país, onde os parlamentares têm bloqueado suas propostas e ele têm tido dificuldades para conter a violência em alta que atribui às gangues de narcotraficantes.
"Não é possível suspender o estado de exceção", afirmou o ministro do Governo, Francisco Jiménez, a uma rádio local, acrescentando que o governo está atendendo alguns dos pedidos dos manifestantes, incluindo o subsídio de fertilizantes, o perdão às dívidas bancárias e o aumento dos orçamentos para Saúde e Educação.
Durante os protestos, manifestantes entraram em fazendas de flores e refinarias de petróleo, causando prejuízos e impactando de forma negativa a produção de petróleo.
"Perdemos usinas de geração, oleodutos secundários, estações de coleta, e o oleoduto trans-equatoriano (SOTE) não tem petróleo para bombear", disse o gerente da Petroecuador Ítalo Cedeno à estação de rádio local.
(Reportagem de Alexandra Valencia)