Por Thomas Escritt e Harro Ten Wolde
AMSTERDÃ (Reuters) - O primeiro-ministro holandês Mark Rutte disse que a Organização para Segurança e Cooperação na Europa está negociando com separatistas para trazer em um trem os corpos do desastre da Malaysia Airlines sob controle do governo ucraniano.
A pressão sobre o governo para recuperar os corpos das 193 vítimas holandesas que morreram no voo MH17 está crescendo. O avião caiu em território controlado por rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia há quatro dias.
Muitos dos corpos das 298 pessoas a bordo do voo que saiu de Amsterdã ainda estão espalhados por campos enquanto outros foram colocados pelos rebeldes em vagões refrigerados em uma estação de trem próxima ao local.
"Todos os esforços estão concentrados em conseguir passar com este trem para território controlado por autoridades ucranianas", disse Rutte em entrevista coletiva neste domingo. Ele afirmou que uma equipe de especialistas em identificação deveria chegar ao lugar do acidente na segunda-feira.
Em um artigo, o diário De Telegraaf disse que a Holanda deveria conduzir uma intervenção militar, se necessário, para assegurar o local do acidente e prevenir que os separatistas destruam evidências.
"É hora de agir", dizia o artigo, argumentando que as tropas da OTAN e forças especiais deveriam ser utilizadas. Rutte descartou a convocação das forças de segurança coletivas da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Em um serviço memorial na cidade holandesa de Harleem neste domingo, um sacerdote nomeou dezenas de mortos de sua diocese, e pediu que os corpos sejam trazidos para casa o mais rápido possível.
"Teremos que ser persistentes ao pedir o retorno dos corpos das vítimas, por justiça", disse Dean Jan Hendriks na missa.
Rutte disse que foi confiada à Holanda a coordenação de todos os esforços de identificação das vítimas do voo e que seria estabelecida uma base operacional na capital regional de Kharkhiv.
Alexander Hug, líder da missão da OSCE na Ucrânia afirmou que a entidade europeia estava em contato com a delegação holandesa que está agora fora do território controlado pelos rebeldes, esperando chegar à capital regional Donetsk na segunda-feira.
"Estamos planejando facilitar a visita deles, primeiro para Donetsk, depois para o local do acidente", afirmou.
(Reportagem adicional de Elizabeth Piper em Kiev)