Por Amanda Cooper e Julia Payne
LONDRES (Reuters) - Os maiores produtores globais de petróleo podem rever sua estratégia de aumentar a produção e mudá-la para redução de oferta, se os preços do óleo ficarem em torno de 70 dólares no ano que vem, disse o presidente-executivo da Mercuria, Marco Dunand, nesta quinta-feira.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo, junto com a Rússia, Omã e outros, adotaram uma estratégia de cortes de oferta em 2017, para drenar um vasto excesso nos estoques globais de petróleo e impulsionar os preços.
"Se nós começarmos a entrar na faixa de 70 e poucos dólares no Brent, eu penso que alguns desses produtores começarão a se perguntar se eles não exageraram em relação ao rali anterior dos preços e começarão a considerar um balanceamento", Dunand disse no Reuters Global Commodities Summit.
"Eles passaram os últimos três anos reduzindo os estoques para níveis históricos. Haverá coesão o suficiente entre eles para cortar a produção de novo?"
O plano dos produtores foram bem sucedidos ao ponto dos preços do petróleo terem avançado para uma máxima em quatro anos, por volta dos 85 dólares o barril, no começo de outubro, ante menos de 45 dólares em meados de 2017, enquanto os estoques globais caíram para a meta de cinco anos da Opep.
Com a iminente perda de até 2 milhões de barris por dia em exportações iranianas, devido a sanções dos Estados Unidos, a Opep, liderada pela Arábia Saudita, prometeu aumentar a produção para evitar que a diferença entre a oferta e a demanda se torne muito estreita. As sanções entram em vigor no dia 4 de novembro.
O preço da commodity escorregou para cerca de 72 dólares nas últimas semanas, devido em grande parte aos receios com o impacto da crescente disputa comercial sino-norte-americana sobre o crescimento da demanda, enquanto os estoques mundiais começaram a inchar novamente.
(Por Amanda Cooper e Julia Payne)