SÃO PAULO (Reuters) - O Rio Grande do Sul, maior produtor de milho primeira safra, iniciou a colheita de 2021/22 em 1% das áreas, atrás dos 3% vistos no mesmo período do ciclo anterior, e em meio a perdas irreversíveis devido à estiagem, principalmente no norte do Estado, disse nesta quinta-feira a Emater-RS.
Por outro lado, o plantio do cereal de verão está em 92%, acima dos 90% registrados um ano antes, mas abaixo da média histórica para o período, de 94%.
Na soja, a semeadura alcançou 91% das áreas, contra 88% na semana anterior. Um ano antes, o percentual era de 94% e média histórica é de 97%, mostraram os dados.
"De todas as culturas de verão, as lavouras de milho são as mais prejudicadas pelo quadro climático, e os sintomas de estresse são um número maior de folhas amareladas", disse em nota a empresa de assistência técnica e extensão rural ligado ao governo estadual.
Na fronteira oeste, em Manuel Viana, estimam-se perdas para o milho de 30%; em São Borja, 50%; em algumas áreas financiadas, produtores solicitaram cobertura de seguro pelo Proagro, ressaltou o levantamento.
Na regional de Ijuí, o milho grão de sequeiro em estádio reprodutivo sofreu perdas irreversíveis devido à estiagem que se prolonga na região, afirmou a empresa.
"As precipitações que aconteceram durante a semana não foram suficientes para normalizar a situação de déficit hídrico, e a cultura não tem mais condições de se recuperar, mesmo com o restabelecimento da umidade no solo", disse a Emater.
Nas lavouras mais afetadas da regional de Ijuí, produtores estão eliminando as plantas do cereal e liberando as lavouras para novo cultivo se as condições climáticas forem favoráveis.
(Por Nayara Figueiredo)