SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja gaúcha atingiu 1% da área cultivada na safra 2022/23, com atraso em relação aos 10% registrados um ano antes e à média histórica de 14% para o período, após episódios de seca no Estado, mostraram dados da Emater-RS nesta quinta-feira.
O início da colheita permitiu observar com maior exatidão o nível de perdas de produtividade causadas nas lavouras da oleaginosa pela estiagem, disse a empresa de assistência técnica e extensão rural ligada ao governo estadual.
Além disso, as condições climáticas continuam adversas e instáveis.
"A irregularidade e a má distribuição de chuvas voltaram a se repetir no período entre 06 e 12/03, reforçando a grande variabilidade do potencial produtivo dentro de uma região e entre as regiões produtoras do Estado", afirmou em relatório.
As lavouras de soja encontram-se predominantemente em fase de enchimento de grãos, com 54% das áreas.
A Emater também destacou que estão sendo aplicados herbicidas para controle de plantas daninhas estabelecidas após um aumento de chuvas no final de fevereiro e que poderão causar problemas na operação de colheita do grão.
Sobre o milho, a empresa disse que 68% das áreas foram colhidas no Rio Grande do Sul, avanço semanal de 7 pontos percentuais.
Os trabalhos estão à frente dos 66% vistos um ano antes e dos 60% da média histórica.
"O período de 06 a 12/03 foi mais seco do que os dois anteriores. Em decorrência dessas condições climáticas, alguns cultivos em safrinha já demonstraram sintomas de restrição de umidade", alertou.
A empresa lembrou que a produtividade do milho foi afetada pela insuficiência de umidade nos meses de verão, que culminou com o período reprodutivo das lavouras. Nos casos mais graves, as fases vegetativas foram afetadas, inviabilizando a produção.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)