Por Geoffrey Smith
Investing.com – Os preços do gás natural na Europa voltaram a subir nesta terça-feira, depois que a Gazprom (MCX:GAZP), empresa que controla a oferta de gás da Rússia, afirmou que cortaria o fornecimento do produto com trânsito pela Ucrânia na semana que vem.
A Gazprom afirmou que a medida era uma resposta ao fato de o país vizinho não realizar o transporte do gás até a Moldávia, país mais pobre da Europa.
O gasoduto que passa pela Moldávia e a Romênia rumo à Bulgária é o único que transporta volumes significativos de gás para países da União Europeia, desde que a Gazprom suspendeu as remessas através do Nord Stream 1 e do gasoduto principal até a Eslováquia no início deste ano. Embora isso não represente uma interrupção total das remessas, é consistente com as expectativas gerais em Bruxelas e outras capitais europeias de que a Rússia, maior fornecedora da UE antes da invasão da Ucrânia, em fevereiro, irá parar de fornecer gás natural para o bloco neste inverno.
A Gazprom e a Ucrânia têm um longo histórico de disputas referentes às remessas em trânsito, depois de anos de desvios ilegais por parte de empresas ucranianas na década de 1990, os quais eram inicialmente tolerados por Moscou como preço por manter influência sobre seu vizinho. A partir de 2005, entretanto, quando o país votou no sentido de se aproximar da UE, a Rússia passou a adotar uma postura mais rígida.
De forma geral, a Gazprom afirmou que mais de 52 milhões de metros cúbicos de gás destinados à Moldávia estão presos na Ucrânia, o equivalente a um dia inteiro de consumo daquele país.
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, disse aos delegados, em uma conferência em Paris, na segunda-feira, que seu país, que está no estágio inicial do processo de integração à UE, enfrenta uma “grave crise energética” que pode “perturbar nossa paz social e segurança”.
Os preços referenciais para a região noroeste da Europa permaneceram estáveis após o anúncio da Gazprom, que não deve mudar o equilíbrio geral do gás na Europa no curto prazo. Às 13:25 de Brasília, o contrato mais próximo do TTF holandês registrava alta de 2,90%, a 1119,490 euros por megawatt-hora.