MADRI (Reuters) - A endividada elétrica espanhola Abengoa disse nesta quinta-feira que fechou uma primeira versão de um plano de socorro junto a credores para reduzir a dívida e injetar dinheiro novo na companhia, na mais recente tentativa de evitar o que seria a maior falência de uma empresa na Espanha.
A companhia, fundada há 70 anos como um negócio de engenharia em Sevilha, tomou grandes dívidas para expandir-se rumo ao setor de energia limpa, mas iniciou um processo preliminar de recuperação judicial no ano passado, quando os credores recusaram-se a prorrogar financiamentos à empresa.
Pela proposta, os credores emprestariam até 1,8 bilhão de euros (2 bilhões de dólares) à Abengoa ao longo de um período de cinco anos, o que daria a eles direito a uma participação de 55 por cento na companhia reestruturada, disse a Abengoa em um comunicado.
Ao mesmo tempo, cerca de 70 por cento das dívidas existentes seriam convertidas em capital, dando a seus credores direito a 35 por cento da companhia, disse a Abengoa.
Uma fonte próxima às conversas com os credores disse à Reuters na quarta-feira que a maior parte do crédito para a companhia poderá vir dos detentores de títulos, enquanto a parte restante seria injetada pelos bancos.
A proposta em negociação já recebeu o apoio de credores que representam cerca de 40 por cento da dívida, disse a fonte, mas convencer os outros 35 por cento necessários para aprovar o plano de socorro pode ser difícil antes de 28 de março, prazo final para a Abengoa evitar um processo de insolvência.
Os atuais acionistas, incluindo o majoritário e membro da família fundadora da empresa, Felipe Benjumea, irão ter a participação diluída para 5 por cento da companhia reestruturada, de acordo com esse acordo, disse a Abengoa.
No Brasil, a Abengoa detém principalmente linhas de transmissão em operação e em implementação, sendo que todas obras foram paralisadas no final do ano passado, quando a matriz iniciou o processo preliminar de recuperação judicial.
(Por Sonya Dowsett)