SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil, líder global na exportação de soja, deve embarcar 94 milhões de toneladas do grão em 2023, estimou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, com elevação de 1 milhão de toneladas na estimativa ante a última projeção, divulgada em janeiro.
A expectativa para o esmagamento da oleaginosa também aumentou em 1 milhão, para 53 milhões de toneladas.
Se confirmados, os volumes devem representas altas de 19% na exportação e de 6% no processamento comparados ao ano passado. As estimativas da consultoria consideram uma colheita recorde de 152 milhões de toneladas de soja para a safra 2022/23, avanço anual de 19%.
"Em relação à temporada 2023, a oferta total de soja deverá aumentar 15%, passando para 156,378 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 150,5 milhões de toneladas, crescendo 14% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão subir 53%, passando de 3,85 milhões para 5,878 milhões de toneladas", disse a consultoria em nota.
Sobre os subprodutos, a produção de farelo de soja deve alcançar 40,82 milhões de toneladas em 2023, aumento de 6% sobre o ano anterior.
As exportações de farelo deverão subir 8% no ano a ano para 22 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 19 milhões, aumentando 6%.
Os preços externos de farelo têm batido máximas na bolsa de Chicago, diante das restrições de oferta no maior fornecedor global, a Argentina, devido a uma quebra na safra da oleaginosa no país.
Ainda de acordo com a Safras & Mercado, a produção de óleo de soja deverá aumentar 6%, para 10,8 milhões de toneladas, neste ano. O Brasil deverá exportar 2 milhões de toneladas, com queda de 23%, diante de um aumento na demanda doméstica.
"O consumo interno deve subir 18% para 9 milhões de toneladas. O uso para biodiesel deve aumentar 16% para 4,9 milhões de toneladas. A previsão é de estoques recuando 35% para 335 mil toneladas."
(Reportagem de Nayara Figueiredo)