Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de ração animal deve encerrar este ano com 81,8 milhões de toneladas, alta de 1,3% em relação a 2021, com avanço no fornecimento à pecuária de corte, suinocultura e produtos para cães e gatos, disse nesta quinta-feira o sindicato nacional do setor Sindirações.
Os aumentos compensam quedas esperadas para a produção do alimento para a pecuária leiteira e no segmento de aves poedeiras, de acordo com os dados.
"O ambiente inflacionário que afligiu toda cadeia produtiva global de proteína animal comprometeu os resultados dos produtores brasileiros de carnes, ovos e leite, sejam eles verticalizados ou independentes, impactando os índices do setor", afirmou em nota o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani.
Ele destacou que o avanço na fabricação de rações, em geral, ocorreu mesmo diante deste cenário de inflação, alta do câmbio e escassez de insumos, que elevou os custos de produção. O milho e o farelo de soja são as principais matérias-primas da alimentação animal.
No acumulado de janeiro a setembro, segundo o sindicato, a produção de rações alcançou 60,2 milhões de toneladas, contra 59,7 milhões em igual período do ano passado.
Na análise por segmento, a fabricação de rações para aves, principal mercado para alimentação animal, deve ficar praticamente estável em 42,6 milhões de toneladas neste ano, pressionada por uma queda de 4% na produção para aves poedeiras, com 6,9 milhões de toneladas, enquanto a ração para frangos de corte tem produção estimada em 35,8 milhões, alta de 1%.
Na área de suínos, a perspectiva é de alta de 4%, para 20,5 milhões de toneladas, disse o Sindirações, em meio a um cenário de maior produção do animal.
"Segundo o IBGE, o abate de suínos de janeiro a setembro superou em 4,5% aquele contabilizado no ano passado. Em resposta, a demanda de rações avançou 3,6% e atingiu 14,6 milhões de toneladas", afirmou o sindicato.
Já em bovinos, a previsão é produzir 12,1 milhões de toneladas de ração neste ano, queda de 0,2%, pressionada pela pecuária leiteira, cuja alimentação deve cair 3% para 6,2 milhões de toneladas.
Na pecuária de corte, por outro lado, o Sindirações estima avanço de 3% para a produção de alimento, a 5,9 milhões de toneladas.
A ração na pecuária é utilizada, em sua maioria, nos confinamentos para engorda de gado. Segundo censo da DSM, empresa de nutrição animal, divulgado na véspera, 6,95 milhões de bois foram confinados em 2022, alta de 4% no comparativo anual.
O Sindirações ainda estimou um avanço de 6,5% para a produção de rações para cães e gatos, com 3,7 milhões de toneladas.