SÃO PAULO (Reuters) - A indústria de fertilizantes do Brasil pretende investir 21 bilhões de reais nos próximos quatro anos em projetos nacionais, no intuito de alavancar a produção de matérias-primas do país e reduzir a atual dependência externa, disse nesta quinta-feira o sindicato do setor Sinprifert em nota.
O Brasil, importante produtor e fornecedor agrícola global, importa em média 85% de sua necessidade de adubos. Segundo a entidade, este patamar de compras externas chegou a 90% em 2021.
Segundo o sindicato, a redução na dependência internacional se dará por meio da implantação de novas fábricas, expansão de investimentos para outras regiões do país, aumento da capacidade produtiva total e reativação de plantas.
"Diante dos acontecimentos do cenário econômico internacional, onde a guerra entre Rússia e Ucrânia evidenciou a fragilidade e imprevisibilidade do nosso abastecimento interno, o Brasil fez seu dever de casa e agora tem plenas condições para viabilizar uma produção nacional forte e estruturada", disse no comunicado o diretor-executivo do Sinprifert, Bernardo Silva.
A Rússia e Belarus são os principais fornecedores de fertilizantes do Brasil, além de países como China, que vêm estabelecendo restrições aos abastecimentos externos, afirmou o sindicato.
Com isso, Silva disse que "as empresas estão investindo e apostando na reindustrialização do setor", "desde que a estabilidade institucional se mantenha e que o Brasil continue com uma visão de longo prazo".
Em março de 2022, foi lançado o Plano Nacional de Fertilizantes, estratégia de Estado para minimizar a subordinação do agro nacional ao fornecimento externo de insumos, com foco nos principais elos da cadeia: mineração, química, infraestrutura, agricultura, inovação e sustentabilidade ambiental. O objetivo do plano é diminuir a dependência externa para 50% até 2050.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)