Por Christopher Walljasper
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros de soja negociados em Chicago caíram nesta quinta-feira, com amplas vendas nos mercados financeiros contrariando as preocupações com o clima na América do Sul, que haviam empurrado os preços para a maior alta em cinco meses na véspera.
O milho terminou um pouco acima do mesmo, reduzindo as perdas, enquanto estimativas de consultorias indicam que as safras da América do Sul podem cair ainda mais devido às condições quentes e secas na região.
O trigo estendeu as perdas para uma mínima de quase três meses, pressionado por grandes colheitas no Hemisfério Sul.
O contrato de soja mais ativo na bolsa de Chicago (CBOT) encerrou em queda de 7,50 centavos de dólar, a 13,8725 dólares o bushel.
O contrato de referência para o milho, com vencimento em março, fechou 1,50 centavo de dólar mais alto, a 6,0375 dólares o bushel, enquanto o trigo perdeu 14,75 centavos de dólar para 7,46 dólares o bushel, após cair para 7,36 dólares, o menor nível desde outubro.
A seca no Sul do Brasil e as condições cada vez mais quentes e secas na Argentina chamaram a atenção para as perdas potenciais de produtividade das safras de soja e milho nos principais países exportadores.
"O clima quente está chegando na América do Sul na próxima semana", disse Mark Schultz, analista-chefe da Northstar Commodity. "Supostamente, chove melhor na semana seguinte na Argentina. Isso vai ser decisivo para o tamanho da safra."
O Brasil não deve mais colher uma safra recorde de soja em 2021/22, disse a consultoria AgRural nesta quinta-feira, com o clima quente e seco no Sul derrubando 11 milhões de toneladas de sua previsão de safra.
Na mesma linha, a consultoria AgResource fez um corte de 10 milhões de toneladas em sua projeção para a safra de soja do Brasil, a 131 milhões de toneladas, e também deixou de ver um recorde para 2021/22.
O complexo de grãos também sofreu pressão à medida que os mercados de ações recuaram e alguns rendimentos de títulos do governo americano subiram para o valor mais alto em anos, depois que o Federal Reserve dos EUA sinalizou a possibilidade de aumentos das taxas de juros do país mais rápidos do que o esperado, assim como a retirada de estímulos.
(Reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)