PARIS (Reuters) - A Total não abandonou os planos de perfurar a Foz do Amazonas depois que o Ibama rejeitou o pedido de licença da empresa francesa pela quarta vez, disse o presidente-executivo da companhia de petróleo e gás na sexta-feira.
Patrick Pouyanne disse que a empresa não vai ceder a nenhum tipo de chantagem. Ele começou a falar enquanto vários ativistas do Greenpeace pendiam em cordas acima dele em protesto contra os planos de exploração.
"Nossa posição no projeto da Amazônia não foi abandonada. Temos nossos direitos e obviamente temos que respeitar as leis brasileiras", disse Pouyanne.
"Também está claro que os reguladores ambientais do Brasil estão sob imensa pressão de outras organizações. Estamos trocando informações com eles", acrescentou.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) rejeitou pela quarta vez o pedido da petrolífera francesa para perfurar e explorar petróleo e gás na Foz do Rio Amazonas, de acordo com parecer divulgado no início da semana, alegando que os estudos ambientais eram "insuficientes".
Uma expedição no mês passado de ativistas ambientais do Greenpeace documentou corais na área onde a Total planeja perfurar, após a descoberta de um enorme recife de coral nas proximidades.
A recusa da agência em aceitar o estudo de impacto ambiental da Total já adiou por mais de quatro anos os planos da empresa para explorar a bacia marítima. A bacia pode conter até 14 bilhões de barris de petróleo, ou mais do que todas as reservas comprovadas no Golfo do México, segundo os geólogos.
(Por Bate Felix)