VATICANO (Reuters) - O papa Francisco destitui bispo paraguaio conservador que foi acusado de proteger um padre suspeito de abusar sexualmente de pessoas nos Estados Unidos, disse o Vaticano nesta quinta-feira.
O pontífice argentino prometeu tolerância zero contra clérigos católico-romanos que abusarem de menores, após uma série de escândalos terem prejudicado a imagem da Igreja em muitos países do mundo durante vários anos. Em maio, Francisco chamou tais abusos de "crime feio" e assemelhou esses episódios a uma "missa satânica".
Um comunicado disse que o papa havia removido o bispo Rogelio Ricardo Livieres Plano de seu cargo como chefe da diocese da Ciudad del Este e indicado outro bispo para gerenciá-la como administrador interinamente.
O papa adotou a punição contra o bispo após uma investigação do Vaticano sobre ele, a diocese e seus seminaristas, afirma o comunicado, sem dar detalhes.
Fontes do Vaticano disseram que o bispo se havia recusado a colaborar com a investigação das acusações e relatos de irregularidades em sua diocese.
De acordo com relatos da mídia católica, enquanto a investigação do Vaticano estava em andamento, Livieres Plano promoveu um padre em sua diocese que havia sido acusado de abuso sexual enquanto servia nos Estados Unidos.
Um bispo dos EUA havia dito a representantes da Igreja paraguaia que o padre, um argentino que fora promovido a uma posição mais alta na diocese paraguaia de Livieres Plano, era uma "séria ameaça aos jovens", segundo relatos.
Livieres Plano defendeu a si mesmo e ao padre, dizendo que as acusações contra eles não tinham fundamento.
O bispo dispensado, membro do grupo conservador católico-romano Opus Dei, havia também se tornado uma figura polarizadora na igreja do Paraguai e frequentemente se confrontava com clérigos mais progressistas.
O Vaticano disse que o papa Francisco havia tomado a "decisão onerosa" de remover Livieres Plano após um cuidadoso exame dos resultados da investigação. Ele havia dito anteriormente que bispos que encobrissem abusos seriam responsabilizados.
A destituição do bispo paraguaio ocorre dois dias após o papa ter aprovado a prisão, no Vaticano, de um ex-arcebispo acusado de pagar para fazer sexo com crianças enquanto era embaixador papal na República Dominicana.
(Por Philip Pullella)