Por Andrew Gray e Tom Balmforth
BRUXELAS/LONDRES (Reuters) - A Ucrânia e seus aliados pretendem reunir apoio global para um plano de paz em discussões organizadas pela Arábia Saudita neste fim de semana, com autoridades ocidentais cada vez mais otimistas de que a China comparecerá ao encontro, dando um novo peso às conversas.
Diplomatas ucranianos e ocidentais esperam que a reunião em Jeddah entre conselheiros de segurança nacional e outras autoridades de cerca de 40 países chegue a um acordo sobre princípios fundamentais para um futuro acordo de paz para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia. Moscou não estará presente.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse na quarta-feira que espera que a iniciativa leve a uma "cúpula de paz" de líderes de todo o mundo ainda neste ano para endossar os princípios, com base em sua própria fórmula de 10 pontos para um acordo de paz.
Autoridades ucranianas, russas e internacionais dizem que não há perspectiva de negociações diretas de paz entre a Ucrânia e a Rússia no momento, já que a guerra continua e Kiev busca recuperar território por meio de uma contraofensiva.
A Ucrânia pretende construir uma coalizão maior de apoio diplomático além de seus principais aliados ocidentais, alcançando países do sul global, como Índia, Brasil e África do Sul, muitos dos quais permaneceram publicamente neutros.
"Um dos principais objetivos desta rodada de discussões será finalmente estabelecer um entendimento comum sobre o que são os 10 pontos", disse Ihor Zhovkva, principal conselheiro diplomático de Zelenskiy, à Reuters, na quinta-feira.
Os 10 pontos incluem apelos pela restauração da integridade territorial da Ucrânia, retirada das tropas russas, proteção do suprimento de alimentos e energia, segurança nuclear e libertação de todos os prisioneiros.
A maior conquista diplomática seria o endosso da China, que manteve estreitos laços econômicos e diplomáticos com a Rússia e até agora rejeitou apelos internacionais para condenar a invasão. A China foi convidada para uma rodada anterior de negociações em Copenhague no final de junho, mas não compareceu.
"Da última vez, eles não rejeitaram a participação: eles disseram que não poderiam encaixar em sua agenda", disse uma autoridade do governo alemão. "Desta vez, todos nós repetimos nosso contato com Pequim... e temos certos sinais positivos."
Se a China decidir participar, poderá fazê-lo enviando representantes ou por vídeochamada, disseram autoridades. A diplomacia saudita desempenhou um papel fundamental ao pedir que Pequim compareça, disse a autoridade alemã.
O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu diretamente quando perguntado pela Reuters se o país participará da reunião.
"A China está disposta a trabalhar junto com a comunidade internacional para continuar desempenhando um papel construtivo para acalmar a situação", disse o ministério.