A União Europeia investirá 2 bilhões de euros (R$ 10,5 bilhões) na produção de hidrogênio verde no Brasil, como parte dos planos do bloco europeu de buscar reduzir a dependência e o uso de combustíveis fósseis, e fará uma doação inicial de 20 milhões de euros (R$ 105 milhões) ao Fundo Amazônia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a contribuição nesta segunda-feira, 12, no Palácio do Planalto.
"A Europa vai investir 2 bilhões de euros para apoiar a produção brasileira de hidrogênio verde, promovendo a eficiência energética na sua indústria", afirmou ela, após audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Queremos contribuir com 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia. Os Estados-membros também deverão contribuir", completou.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, a Europa tem grande responsabilidade em deter o desmatamento na floresta amazônica. O Brasil tem plano e compromisso de zerar o desmate ilegal até 2030. Ela disse que já existe um projeto de 480 milhões de euros para combater o desmatamento e promover o uso sustentável da terra.
A doação feita em nome da União Europeia vinha sendo estudada ao menos desde fevereiro, quando a chanceler da França, Catherine Colonna, visitou Brasília e disse que seu país também planeja injetar dinheiro no fundo, individualmente.
Desde que Lula assumiu a Presidência da República, a União Europeia passou a ser o terceiro novo doador do Fundo Amazônia. O valor, porém, é o menor anunciado neste ano. Os Estados Unidos prometeram aporte de 500 milhões de dólares, enquanto o Reino Unido vai doar 80 milhões de libras esterlinas.
Até então, o Fundo Amazônia havia arrecadado R$ 3,3 bilhões. As maiores contribuições vieram da Noruega e da Alemanha, além de uma parcela da Petrobras (BVMF:PETR4). Lula quer usar a cúpula dos países do Tratado de Cooperação Amazônica para levantar mais recursos e planeja trazer presidentes de países europeus como convidados, a exemplo da França e da Irlanda.
Ao anunciar os investimentos, a presidente da Comissão Europeia afirmou que o bloco pretende investir 10 bilhões de euros na América Latina e no Caribe, uma resposta à crescente presença da China nas Américas, sobretudo com financiamento de obras de infraestrutura. Segundo ela, a União Europeia quer elevar a parceria estratégia com a América Latina por meio de investimentos concretos. O plano Global Gateway, segundo ela, será complementado por recursos privados e dos 27 países individualmente.
Parafraseando o slogan da política externa de Lula - "O Brasil está de volta" -, a comissária disse que o presidente brasileiro de fato trouxe o País para o patamar que pertence, de liderança democrática internacional. "A Europa também voltou, voltou ao Brasil e à América Latina. Nossas regiões não são apenas parceiros naturais, mas por opção", disse.