Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) projeta que 169 unidades produtoras de açúcar e/ou etanol estarão em operação até o final da primeira quinzena de abril, marcando um início mais lento da nova safra (2021/22), quando o setor deverá ver uma moagem menor afetada pela seca ocorrida no ano passado.
Até 15 de abril da safra 2020/21, 180 unidades estavam em operação no centro-sul do Brasil, principal região produtora de cana do mundo.
Com uma colheita menor do que a anterior, algumas usinas devem esperar pelo melhor desenvolvimento da cana em algumas áreas antes de ligar os moinhos.
Na véspera, analistas apontaram reduções de mais de 15 milhões de toneladas na moagem em 2021/22 na comparação com o ciclo anterior.
A Unica informou ainda que, na primeira quinzena de março, 14 usinas iniciaram a moagem, elevando para 30 as unidades em operação no centro-sul --sendo 21 usinas processando cana-de-açúcar e nove empresas com fabricação de etanol de milho (das quais cinco dedicadas exclusivamente ao processamento do cereal).
Nos 15 primeiros dias de março do ano passado, 31 unidades processavam cana e outras 11 fabricavam apenas etanol de milho.
Levantamento preliminar conduzido pela Unica e demais associações do centro-sul indica que 24 unidades iniciaram a safra na segunda quinzena de março, tendo ao final do mês 54 usinas em operação na região, versus 87 unidades em operação ao final de março de 2020.
Com atividades mais lentas, a moagem de cana do centro-sul do Brasil caiu 43,25% na primeira quinzena de março, para 1,68 milhão de toneladas, informou a Unica.
Apesar disso, a produção de açúcar do centro-sul do Brasil cresceu 26% no período, com maior destinação de cana para o adoçante (31,44% versus 14,09%), para ainda inexpressivas 51 mil toneladas
Já a produção de etanol do centro-sul do Brasil caiu 17,85% na primeira quinzena de março, para 200 milhões de litros, com o etanol de milho representando cerca de dois terços do total produzido.
A Unica sinalizou ainda impacto negativo nas vendas de etanol na segunda quinzena de março, devido ao efeito de medidas de isolamento para combater a Covid-19.