SÃO PAULO (Reuters) - O grupo siderúrgico Usiminas (SA:USIM5) decidiu voltar atrás e retirar reajuste de preços para distribuidores em outubro, depois que os preços internacionais da liga recuaram em relação ao anúncio feito em setembro, afirmou o presidente-executivo, Sérgio Leite, nesta sexta-feira.
Em teleconferência com analistas sobre resultado de terceiro trimestre anunciado mais cedo, Leite afirmou, porém, que a siderúrgica já iniciou negociações para os contratos de fornecimento de aço às montadoras de veículos em 2018, cobrando reajuste de 25 por cento, mesmo nível do aplicado para este ano.
"O diferencial de preços da bobina a quente entre o mercado interno e o externo hoje está em 10 por cento, daí a razão de não aplicarmos o aumento", disse o executivo.
Apesar disso, no quarto trimestre os preços médios da Usiminas de aço no Brasil devem subir 2 por cento como consequência de reajustes anunciados ao longo deste ano, afirmou Leite. Ele acrescentou que a companhia deverá elevar exportações nos três últimos meses deste ano ante o terceiro trimestre, mas estes volumes foram negociados em setembro, e terão preços maiores, de 595 dólares a bobina a quente, ante o nível atual de 555.
Sobre 2018, o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, afirmou que a companhia deverá ter um volume adicional de investimentos de 150 milhões de reais que correspondem a montante que deixou de ser aplicado neste ano.
Uma reativação de áreas produtora de aço paradas desde o início de 2016 na usina de Cubatão (SP) ainda não está nos planos, apesar da empresa estar elevando a utilização do laminador da usina de 120 mil toneladas por mês no terceiro trimestre para 140 mil toneladas nos três últimos meses deste ano, disse Leite.
(Por Alberto Alerigi Jr.)