WASHINGTON (Reuters) - A economia norte-americana cresceu mais do que estimado anteriormente no segundo trimestre devido a gastos do consumidor e setor de construção mais fortes, sustentando os argumentos a favor de uma alta da taxa de juros antes do fim do ano.
O Departamento do Comércio informou nesta sexta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu ao ritmo anual de 3,9 por cento no trimestre entre abril e junho, acima do ritmo de 3,7 por cento divulgado no mês passado. O resultado superou as expectativa de que a expansão ficaria inalterada em 3,7 por cento segundo pesquisa da Reuters.
Os dados apoiam os argumentos de que a economia norte-americana pode estar ganhando força suficiente para lidar com um aumento da taxa de juros ante as mínimas recordes atuais e apesar das crescentes preocupações sobre a economia global.
Gastos dos consumidores mais fortes e estoques menores também são um bom sinal para o crescimento no terceiro trimestre, embora economistas esperem um ritmo mais fraco de expansão no geral.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deixou a taxa de juros inalterada na última semana, mas a chair do Fed, Janet Yellen, manteve a porta aberta para uma elevação dos juros ainda neste ano em um discurso na quinta-feira, desde que a inflação permaneça estável e o crescimento seja forte o suficiente para impulsionar o emprego.
"Existem muitas coisas boas sobre o lado doméstico da economia para o segundo semestre do ano apesar de todos os problemas globais", disse o economista sênior do RBC Capital Markets, Jacob Oubina,. "Se a economia doméstica continuar assim, (as autoridades do Fed) vão elevar os juros em dezembro."
Os dados do PIB foram impulsionados pelo crescimento dos gastos do consumidor, sobretudo em serviços como assistência médica e transporte.
Os gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos Estados Unidos, foram revisados para cima a um ritmo de crescimento de 3,6 por cento, ante a taxa de 3,1 por cento divulgada em agosto, embalados pela gasolina barata e os preços relativamente mais altos das moradias, melhorando o patrimônio das famílias.
Os dados revisados dos gastos da construção também ajudaram a elevar o PIB, com o investimento fixo não residencial com expansão de 4,1 por cento no trimestre.
As revisões no crescimento do segundo trimestre também refletiram um menor acúmulo de estoques do que estimado antes, com os estoques contribuindo com apenas 0,02 ponto percentual ao crescimento em vez de 0,22 ponto.
Os lucros corporativos depois de impostos também foram mais fortes no segundo trimestre do que projetado anteriormente. Os lucros depois de impostos com ajustes de valorização de estoques e consumo de capital mostraram alta de 2,6 por cento, ante 1,3 por cento divulgado mês passado, recuperando-se da queda no final de 2014 e início de 2015.
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(Por Krista Hughes)