SÃO PAULO (Reuters) - Privatizações e vendas de ativos envolvendo elétricas estatais brasileiras previstas para 2017 e 2018 podem movimentar mais de 40 bilhões de reais, estimou relatório do banco de investimentos Itaú (SA:ITUB4) BBA nesta quarta-feira.
O valor calculado pelo banco envolve a venda do controle da geradora Cesp (SA:CESP6) pelo governo paulista, que deve ser realizada em setembro, e planos de desinvestimentos da estatal federal Eletrobras (SA:ELET3) e da empresa estadual mineira Cemig (SA:CMIG4), além da venda pela União de hidrelétricas que eram operadas pela Cemig, cujas concessões venceram.
"Uma parte relevante desses ativos deve ser absorvida por grandes empresas internacionais", escreveu o analista Pedro Manfredini, do Itaú BBA.
Ele projeta que apenas a venda da fatia da Cemig na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, deverá levantar "ao menos 1 bilhão de reais".
A Cemig disse na terça-feira que recebeu uma oferta da chinesa State Power Investment Corp. (SPIC), sem citar valores.
Segundo o Itaú BBA, se consideradas outras vendas de ativos planejadas pela Cemig, como da Light (SA:LIGT3) e de uma fatia na transmissora de energia Taesa, assim como outros ativos considerados líquidos, a elétrica mineira poderia cumprir com suas obrigações de curto prazo, de entre 5 bilhões e 6 bilhões de reais.
"A companhia anunciou... um processo de desinvestimentos que inclui ativos como Taesa, Light, Gasmig (de gás natural) e Cemig Telecom, e que, combinados, podem representar 8,5 bilhões de reais", aponta o relatório.
(Por Luciano Costa)