Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou decisão sobre o valor teto de uma operação que envolverá a viabilização de empréstimos bilionários a distribuidoras de energia para aliviar impactos da crise de coronavírus sobre as empresas.
Após horas de discussão em uma reunião extraordinária da Aneel transmitida online na segunda-feira, que se estendeu até o início da madrugada, o diretor Efrain Cruz pediu vistas do processo que discutia valores e condições do financiamento às elétricas.
Ele solicitou que o debate sobre o tema, que gerou divergências entre os diretores, seja retomado em uma nova reunião extraordinária na sexta-feira.
A avaliação sobre o valor máximo dos empréstimos, que serão realizados por um grupo de bancos liderado pelo BNDES, teve início na Aneel em 26 de maio, com propostas que previam um apoio de entre 15,6 bilhões e 16,1 bilhões de reais às elétricas.
As operações seriam quitadas ao longo de cinco anos, com possibilidade de repasse dos custos de amortização às tarifas dos consumidores.
Entre os temas que geraram controvérsia e não tiveram consenso na reunião da Aneel sobre os empréstimos esteve o uso de parte dos recursos para poupar consumidores de elevados reajustes tarifários previstos no segundo semestre, em especial para clientes de distribuidoras no Norte e Nordeste que antes pertenciam à Eletrobras (SA:ELET3) e foram privatizadas em 2018.