Por Roberto Samora e Marta Nogueira
SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os casos novos de Covid-19 em plataformas de petróleo e gás natural aumentaram para 59, segundo relatório publicado nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), indicando uma tendência de aumento de registros da doença.
No relatório anterior, publicado na quarta-feira, a ANP havia reportado 26 infectados pelo coronavírus.
Além disso, pela média móvel dos últimos 15 dias, o número de casos subiu para 37, versus 30 na publicação anterior.
Os dados da ANP não especificam casos por empresas.
Na véspera, petroleiros do Norte Fluminense, que atuam na Bacia de Campos, pediram ao Ministério Público do Trabalho que a Petrobras (SA:PETR4) seja chamada a prestar esclarecimentos sobre o avanço da Covid-19 em plataformas de óleo e gás, segundo documento visto pela Reuters.
Os casos de Covid-19 em plataformas de petróleo e gás do Brasil voltaram a apresentar tendência de alta desde o início de março, revertendo um movimento de queda visto no início do ano, conforme os dados da agência reguladora.
Denúncias recebidas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) indicam casos de contaminação nas unidades offshore P-43, P-38, P-63, P-25, P-35, de acordo com o requerimento do Sindipetro ao MPT.
Levantamento da reguladora à Reuters indicou que oito plataformas chegaram a ser paralisadas desde março do ano passado por causa da Covid-19.
Apesar de não haver indicação de alguma unidade paralisada no momento, a pandemia foi apontada pela ANP como motivo de uma queda de 8% na produção de petróleo em fevereiro, ante o mesmo mês do ano passado, quando a Covid-19 ainda não havia se espalhado pelo Brasil.
Procurada, a Petrobras confirmou a ocorrência de casos de Covid-19 em algumas plataformas, mas disse que segue protocolos de segurança, mediante os quais isola e desembarca qualquer profissional com sintomas e seus contactantes.
Segundo a Petrobras, desde o início da pandemia foram realizados mais de 650 mil testes para detecção do coronavírus, além da imposição de medidas como "redução do efetivo presencial e ampla adoção do teletrabalho" e "reforço na higienização e distanciamento nas unidades operacionais".