Por Andrew MacAskill
HELENSBURGH, ESCÓCIA (Reuters) - James Henderson passou a maior parte de sua vida intensamente contrário à independência escocesa. Agora, com relutância, ele está apoiando.
O ex-engenheiro naval, de 71 anos, votou contra a Escócia deixar o Reino Unido durante o último referendo de independência, em 2014. Mas após o Brexit, a eleição do primeiro-ministro Boris Johnson e a pandemia do coronavírus, ele agora acredita que a Escócia estaria melhor caso fosse independente.
Henderson vive em Helensburgh, uma cidade costeira no Estuário de Clyde, um lar improvável para nacionalistas escoceses.
A área possui um dos maiores níveis de residentes ingleses que vivem na Escócia, e todo mundo conhece alguém que trabalha na base submarina nuclear de Faslane, um símbolo dos laços compartilhados que unem o Reino Unido.
A base é o segundo maior empregador local na Escócia e bandeiras do Reino Unido balançam nos jardins de alguns residentes. Caso a Escócia conquiste a independência, e os nacionalistas cumpram a promessa de remover os submarinos de suas águas, milhares de empregos estão em risco.
Mas o nacionalismo escocês está avançando em lugares como este e em outros ex-redutos unionistas, um fenômeno que pode virar a balança a favor da ruptura da união política de séculos entre a Escócia e o restante do Reino Unido.
"A independência é provavelmente inevitável agora, não quero parecer dramático", disse Henderson. "Apenas sinto que estamos nos afastando, e a Escócia pode se sair melhor sozinha."
(Reportagem adicional de Padraic Halpin em Dublin)
((Tradução Redação Brasília, 55 61 33296012)) REUTERS GP AC