BUENOS AIRES (Reuters) - Cansados da quarentena prolongada e rígida adotada na Argentina em 2020 para conter a pandemia de Covid-19, muitos empresários da área da cidade de Buenos Aires decidiram ignorar as novas restrições impostas pelo governo nacional ante o aumento forte dos contágios.
As medidas afetam atividades como academias de ginástica, restaurantes e bares, cujo funcionamento foi muito prejudicado durante grande parte do ano passado, quando o presidente, Alberto Fernández, ordenou uma política rigorosa de distanciamento social para enfrentar a pandemia.
Desta vez, muitos deles decidiram desobedecer o decreto presidencial que entrou em vigor nesta sexta-feira, que estipula que até 30 de abril os comércios gastronômicos só poderão atender em mesas externas durante o dia e se limitar a entregas de noite. Além disso, ele determinou a interdição de espaços fechados destinados a esportes e atividades recreativas, culturais e religiosas.
O movimento "Cadeiras Viradas", que foi criado em 2020 e congrega restaurantes conhecidos de Buenos Aires, garantiu que não acatará o decreto, acrescentando se tratar de um "novo atropelo" contra seu setor.
"A gastronomia não contagia. Somos um espaço seguro para trabalhar. Já se comprovou que não somos foco de contágio, e sim fonte de empregos", disse o grupo em um comunicado.
Fernández se mostrou contrário à "rebelião" destes setores, observando que recebem ajuda estatal para poder sobreviver durante as restrições.
(Por Agustín Geist; reportagem adicional de Eliana Raszewski)