A farmacêutica AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34) divulgou neste domingo, 14, um comunicado reafirmando a segurança da sua vacina contra a covid-19, elaborada em parceria com a Universidade de Oxford. O pronunciamento veio após países suspenderem o imunizante diante de relatos de aumento de coágulos sanguíneos em decorrência do seu uso. A empresa informou que promoveu uma análise dos dados dos pacientes vacinados e que não foi identificado nenhum risco dessa natureza.
"Uma revisão cuidadosa de todos os dados de segurança disponíveis de mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido com a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca não mostrou evidências de um risco aumentado de embolia pulmonar, trombose venosa profunda ou trombocitopenia, em qualquer idade definida grupo, gênero, lote ou em qualquer país específico", disse o comunicado da farmacêutica divulgado neste domingo.
Neste domingo, a Irlanda anunciou que suspendeu o uso da vacina. Na quinta-feira, 11, a Dinamarca foi a primeira a interromper temporariamente o imunizante. A autoridade de saúde da nação nórdica disse que a decisão foi "baseada no princípio da precaução". Noruega, Islândia e Bulgária seguiram o exemplo.
A Tailândia também adiou o uso da vacina à medida que aguarda uma investigação, enquanto a Itália, Romênia e Áustria pararam de usar injeções de lotes específicos. A Alemanha, por sua vez, decidiu manter a vacinação por considerar que faltam evidências sobre possíveis efeitos nocivos.
"O número de casos de coágulos sanguíneos relatados no grupo de pessoas vacinadas é menor do que as centenas de casos que seriam esperados entre a população geral. A natureza da pandemia levou a uma maior atenção em casos individuais e estamos indo além das práticas padrão para monitoramento de segurança de medicamentos licenciados ao relatar eventos de vacina, para garantir a segurança pública", afirmou a diretora médica da AstraZeneca, Ann Taylor.
Na sexta-feira, a diretora de acesso a medicamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Simão, afirmou que os resultados dos estudos preliminares "não apontam para uma correlação entre a vacina da AstraZeneca e a formação de coágulos". A entidade defende que a vacinação seja mantida, nesse contexto.
Ainda na sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou o registro da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A decisão permite a entrega do produto que tem etapa de fabricação no País. Antes, o órgão já havia autorizado o uso emergencial do mesmo produto, mas fabricado pelo Instituto Serum, da Índia.
A Fiocruz espera entregar cerca de 222 milhões de doses neste ano, sendo 112 milhões até julho.