SÃO PAULO (Reuters) - O Bank of America revisou de 12,6% para 14% a estimativa para a taxa média de desemprego neste ano, devido a evidências de impacto negativo "significativo" na economia brasileira já em março da disseminação do Covid-19 e das quarentenas.
Para o banco, a flexibilização monetária e o estímulo fiscal robusto (acima de 10% do PIB) devem impedir uma contração econômica mais profunda, mas não evitarão uma recessão.
"A expansão fiscal sem precedentes e a recessão levarão a um déficit primário recorde do setor público de 7,5% do PIB este ano", previu o banco.
Nas contas do BofA, o PIB cairá 2,2% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores. Entre abril e junho, a contração econômica deverá bater os 7%, equivalente a uma retração de 25,1% em termos anualizados. Para o ano, a expectativa do banco é de declínio de 3,5%.
"Os riscos negativos à atividade estão principalmente relacionados à duração dos bloqueios, à folga no mercado de trabalho e a condições de crédito", disse o banco em nota.
O BofA estima que, com a economia fragilizada, o Banco Central cortará a Selic em 50 pontos-base na quarta-feira, para 3,25% ao ano. Mas, para o banco, o juro cairá ainda mais até o fim do ano, para 2,75%, com um pano de fundo "recessivo e desinflacionário".
(Por José de Castro)