Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta sexta-feira a alta da inflação no país e disse que o governo está trabalhando para ajudar "os mais necessitados", mas culpou os governadores e as políticas de restrição de circulação, apesar do aumento dos preços vir principalmente de combustíveis, energia elétrica e alta das commodities no mercado internacional.
Em um evento em Juazeiro do Norte (CE), Bolsonaro disse que a "a conta do fique em casa e a economia a gente vê depois está chegando" e que as ações dos governadores na pandemia foram "impensadas".
Bolsonaro também colocou na conta dos governadores a alta no preço do gás --que é determinado pela variação do dólar e do preço no mercado internacional--, reclamando da cobrança do ICMS, um imposto estadual.
"O preço do gás vem do frete, da margem de lucro dos postos e do ICMS do governador do Estado. Se governadores pensassem em vocês era só zerar o ICMS do gás de cozinha, como eu fiz com o imposto federal", disse.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial da inflação no país, teve alta de 0,96% em julho, maior variação para o mês desde 2002. No ano, a inflação já chega a 4,76%, e o acumulado em 12 meses chega a 8,99%.