Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira requerimento de convite para que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, compareça ao colegiado para explicar a nota à imprensa divulgada pela pasta e assinada pelos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica na qual criticaram declarações do presidente da CPI da Covid no Senado.
Na nota, Braga Netto e os comandantes afirmam que "as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".
O documento foi uma reação à fala do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), que afirmou que o "lado podre das Forças Armadas" estaria envolvido em falcatrua dentro do governo", diante da suspeita de que militares da ativa que fazem ou fizeram parte do Ministério da Saúde se envolveram em irregularidades na compra de vacinas.
"Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável", afirmou a nota assinada por Braga Netto e pelos comandantes na ocasião.
Aziz, entretanto, enfatizou que sua fala foi "pontual" e não foi "generalizada" e considerou a resposta de Braga Netto e dos comandantes militares "desproporcional".
O convite de Braga Netto à comissão foi aprovado após o requerimento de autoria do deputado Elias Vaz (PSB-GO), que inicialmente era de convocação do ministro, ser alterado para convidá-lo ao colegiado. Caso fosse convocado, Braga Netto seria obrigado a comparecer à comissão. Na condição de convidade, ele pode decidir se vai ou não.
Procurado, o Ministério da Defesa não respondeu de imediato a um pedido de comentário e se o ministro atenderá ao convite dos deputados.