Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil superou nesta quarta-feira a marca sombria de 300 mil mortes em decorrência da Covid-19, com o registro de 2.009 óbitos nas últimas 24 horas, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Com isso, o total de vítimas fatais da doença provocada pelo coronavírus no país atingiu 300.685.
O país vive seu pior momento na pandemia, tendo registrado na véspera um recorde de mais de 3 mil óbitos em um único dia.
Como reflexo da aceleração recente da crise sanitária, a nova centena de milhar de óbitos é registrada cerca de dois meses e meio depois de o Brasil atingir as 200 mil mortes. Anteriormente, o país havia levado cerca de cinco meses para chegar aos 100 mil óbitos iniciais, e outros cinco meses para alcançar 200 mil.
O Brasil é apenas o segundo país do mundo a ultrapassar as 300 mil mortes por Covid-19, após os Estados Unidos.
Além disso, o Ministério da Saúde ainda reportou nesta quarta-feira 89.992 novos casos confirmados de coronavírus no país, o que eleva o total de infectados a 12.220.011, também a segunda maior marca global.
Segundo levantamento da Reuters, atualmente o Brasil lidera o mundo no número médio diário de novas mortes e infecções registradas, sendo responsável por uma em cada quatro mortes e um em cada sete casos contabilizados em todo o mundo a cada dia.
O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu nesta quarta-feira o uso de máscaras e o distanciamento social como políticas para frear a pandemia no país, visando também evitar a decretação de medidas de lockdown. Ele é o quarto nome a chefiar a pasta desde o início da crise.
Estado mais afetado pela Covid-19 em números absolutos, São Paulo atingiu as marcas de 2.352.438 casos e 68.904 mortes.
O secretário de Saúde paulista, Jean Gorinchteyn, destacou que o número diário de novas internações demonstrou tendência de queda no início desta semana, o que pode ser um indicativo de melhora nos índices locais após a imposição de medidas mais restritivas.
"Nós temos hoje 12.442 pacientes internados nas unidades de terapia intensiva; ontem, nós tínhamos 12.337 pacientes. Portanto, um número bem menor do que aqueles que nós vínhamos acompanhando nas semanas anteriores, de aporte de quase 300 pacientes por dia", disse Gorinchteyn em entrevista coletiva nesta quarta.
"Isso pode, sim, ser já um sinal do faseamento vermelho e também da nossa fase emergencial", acrescentou.
Conforme os números do Ministério da Saúde, Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas, com 1.053.994 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 35.573 mortes.
O governo ainda reporta 10.689.646 pessoas recuperadas da Covid-19 e 1.229.680 pacientes em acompanhamento.