(Reuters) - O Instituto Butantan identificou mais um caso da variante sul-africana do coronavírus no Estado de São Paulo, elevando para dois o total de casos confirmados no Brasil da linhagem considerada a mais transmissível do vírus causador da Covid-19.
De acordo com o Butantan, o novo caso foi descoberto na Baixada Santista. O primeiro caso fora confirmado em Sorocaba, no início deste mês.
A variante do coronavírus localizada pela primeira vez na África do Sul é uma das chamadas variantes de preocupação por ser mais transmissível do que a versão original do vírus, assim como a variante P.1, originada em Manaus e que atualmente é dominante no Brasil.
As novas variantes são apontadas como responsáveis pelas novas ondas da Covid-19 no Brasil e em outros países, como a Índia, e há uma preocupação sobre a eficácia das vacinas contra essas novas formas do vírus. Estudos têm apontado, até o momento, que as vacinas existentes são eficazes tanto contra a P.1 quanto contra a variante da África do Sul.
"A identificação e mapeamento de novas cepas é outra frente de atuação do Butantan na pandemia. A partir das descobertas de novas cepas, os cientistas do Butantan pesquisam como as variantes se comportam em relação ao estado clínico, qual sua relevância no contexto da pandemia e se a CoronaVac é capaz de combatê-las", disse em nota o Butantan, que produz no Brasil a vacina CoronaVac.
A variante da África do Sul é considerada a mais perigosa entre as novas linhagens do vírus por ser aquela com maior poder de disseminação, seguida pela P.1 e pela variante do Reino Unido, que também é considerada uma variante de preocupação.
Estudos realizados no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) têm alertado para mutações identificadas na P.1 de forma a se tornar mais parecida com a variante sul-africana.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)