Por Neil Jerome Morales e Adrian Portugal
MANILA (Reuters) - O lendário boxeador Manny Pacquiao pode ter se inscrito para sua luta mais dura ao decidir concorrer a presidente das Filipinas, já que enfrenta dúvidas sobre sua liderança e seu compromisso como parlamentar que poderiam prejudicar seu apelo e abalar suas ambições.
O presidenciável de 42 anos anunciou a candidatura no domingo, declarando estar pronto para "se mostrar à altura do desafio da liderança" e combater a pobreza e a corrupção.
Campeão mundial de oito divisões, Pacquiao é um patrimônio nacional, mas analistas dizem que ele enfrenta obstáculos enormes para convencer o eleitorado de que pode liderar uma nação assolada por problemas que passam por crimes em geral, corrupção, desastres naturais, extremismo islâmico, infraestrutura obsoleta e burocracia hipertrofiada.
"Será que ele consegue mesmo governar? Ele disse que se cercará de pessoas instruídas, mas no final das contas ainda é o presidente quem decide", disse o analista político Earl Parreño.
Para vencer a eleição de maio de 2022, opinou Parreño, Pacquiao precisa mostrar como ele pode tirar seu país e sua economia em dificuldades de uma das piores epidemias de coronavírus da Ásia.
Pacquiao não é um novato político, já tendo servido como deputado e senador, e venceu eleições com facilidade devido ao seu apelo como um dos maiores boxeadores da história e à sua ascensão da pobreza à riqueza.
Mas "ele ainda não está pronto, e há muitos mais merecedores que estão lá há mais tempo... e têm mais experiência", disse o motorista de táxi de triciclo Edwin Loza, de 65 anos.
(Reportagem adicional de Karen Lema e Enrico Dela Cruz)