GENEBRA (Reuters) - O chefe da Organização Mundial da Saúde disse nesta segunda-feira que a entidade precisa estar "no centro" de um sistema global de saúde, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de reformas internas.
A Assembleia Mundial da Saúde de 22 a 28 de maio é vista como uma das mais importantes nos 75 anos de história da agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), pois busca definir seu papel futuro na política global de saúde e obter aprovação para uma revisão de financiamento.
"Precisamos de uma OMS mais forte e financiada de forma sustentável, no centro da arquitetura global de segurança sanitária", disse o diretor-geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um importante discurso na assembleia anual da OMS.
Mas ele acrescentou: "Houve muitos pedidos para que a OMS mude. E não há dúvida de que mais mudanças são necessárias".
A OMS está sob escrutínio depois que um painel independente a descreveu como fraca quando a Covid-19 apareceu, com poderes limitados para investigar surtos e coordenar medidas de contenção.
No entanto, seus 194 Estados-membros são vistos como divididos sobre se a entidade merece novos poderes após a maneira que lidou com a Covid.
"Alguns membros estão dizendo que a OMS fez o que podia durante a pandemia e querem fortalecer sua autoridade e outros estão muito desiludidos com a OMS e... estão muito divididos sobre se deve receber mais poderes", disse Adam Kamradt-Scott, professor de Saúde Global na Escola de Governança Transnacional.
No mesmo discurso, Tedros disse que a Covid está longe de terminar e que o mundo não está pronto para a próxima pandemia, ecoando as conclusões de um grande relatório na semana passada.
(Reportagem de Emma Farge e Mrinalika Roy)