Por Kiyoshi Takenaka
TÓQUIO (Reuters) - O músico japonês Keigo Oyamada deixou o cargo de compositor da cerimônia de abertura de Tóquio 2020, após o ressurgimento de relatos antigos de que praticava bullying e do seu comportamento abusivo, dias antes do começo oficial da Olimpíada.
Oyamada, que recebeu a tarefa de compor a música para a cerimônia marcada para 23 de julho, virou alvo de críticas nas últimas semanas após edições antigas de revistas começarem a circular na internet.
Oyamada contou à revista Quick Japan, publicada em 1995, como havia confinado um colega de classe em uma caixa de papelão e tirado sarro de um estudante com deficiências, segundo o jornal Asahi Shimbun publicou semana passada. Ele também descreveu o bullying contra um colega de classe em outra revista publicada em meados dos anos 1990, disse o veículo.
Alguns relatos da imprensa sobre as entrevistas fazem referência a tratamentos degradantes e abusivos, incluindo Oyamada forçando outra criança a comer fezes ou se masturbar. A Reuters não conseguiu verificar de maneira independente as entrevistas, embora supostas fotos das páginas das revistas tenham circulado nas redes sociais.
"Sobre a minha participação nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, eu sinto que ter aceitado o pedido foi uma falta de consideração com várias pessoas", disse Oyamada, em sua página no Twitter.
O seu anúncio acontece apenas horas depois de os organizadores de Tóquio 2020 dizerem que gostariam que Oyamada permanecesse na preparação da cerimônia.
Em um comunicado no seu site oficial na sexta-feira, Oyamada, também conhecido como Cornelius, disse que sentia um profundo remorso e responsabilidade.