Por Leigh Thomas
PARIS (Reuters) - A França sofreu no primeiro trimestre a maior contração econômica desde que os registros começaram em 1949 uma vez que a as restrições devido ao coronavírus a partir de meados de março mantiveram lojas fechadas e consumidores em casa, mostraram dados nesta quinta-feira.
Com as contenções da atividade devendo seguir ao menos até 11 de maio, economistas disseram que a queda no primeiro trimestre é apenas o começo de uma espiral de contração e que pode haver um longo e doloroso caminho para a recuperação.
O Produto Interno Bruto encolheu 5,8% no primeiro trimestre sobre os três meses anteriores, informou a agência nacional de estatísticas INSEE. Esse foi o segundo trimestre seguido de contração, colocando a economia tecnicamente em recessão.
O recuo foi o mais intenso na base trimestral desde a Segunda Guerra Mundial e foi pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de contração de 3,5%.
Desde 17 de março os 67 milhões de franceses receberam ordens de permanecer em casa, exceto para comprar alimentos, ir ao trabalho, buscar atendimento médico ou fazer exercícios sozinhas.
O INSEE informou que os gastos do consumidor, normalmente o motor da economia francesa, caíram 6,1% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, enquanto o investimento empresarial despencou 11,4%.
O governo projeta que a economia vai contrair ao menos 8% este ano e acelerou um pacote de crise de 110 bilhões de euros para ajudar empresas e trabalhadores.