BERLIM (Reuters) - A produção econômica da Alemanha provavelmente encolheu em cerca de 20% a 25% por várias semanas devido ao surto de coronavírus, afirmou o banco de desenvolvimento estatal KfW nesta terça-feira, acrescentando que a atividade provavelmente atingiu o seu valor mínimo em abril, se não houver uma segunda onda de infecções.
A Alemanha entrou em quarentena em março para conter o contágio por coronavírus, com muitas empresas interrompendo a produção e lojas sendo fechadas. Na semana passada, a chanceler Angela Merkel anunciou medidas para flexibilizar as restrições, mas também lançou um mecanismo de "freio de emergência" para permitir uma renovação da quarentena caso as infecções retornem a níveis altos.
"A crise de coronavírus atingiu a Alemanha como um raio", disse o economista-chefe do KfW Fritzi Koehler-Geib.
Ele afirmou que uma recuperação deve começar no segundo semestre do ano, mas a economia provavelmente só atingirá o nível pré-crise no outono de 2021.
Por fim, isso custará à Alemanha 300 bilhões de euros em produção econômica -- uma quantia semelhante a todo o Produto Interno Bruto da Dinamarca --, disse o KfW.
Com a flexibilização de muitas restrições, a economia deve normalizar-se pelo menos parcialmente até o verão, afirmou o KfW, acrescentando que isso resultaria em um crescimento muito forte no terceiro trimestre.
O KfW espera que a economia encolha 6% este ano, antes de expandir 5% no próximo ano. Mas os riscos estão inclinados principalmente ao lado negativo, acrescentou, com uma possível segunda onda de infecção acenando como o principal perigo.
Essas projeções são muito semelhantes às feitas pelo governo alemão no final de abril, de uma contração de 6,3% este ano e uma expansão de 5,2% no próximo ano.
(Reportagem de Michelle Martin)