Por Hilde Verweij
NIJMEGEN, Holanda (Reuters) - Enquanto a maior parte da Holanda sofre com as medidas de isolamento social devido ao coronavírus, os fumantes de maconha receberam a boa notícia de que os cafés que vendem a droga reabriram para atender encomendas.
Todos os negócios que vendem maconha e haxixe foram obrigados a fechar, assim como bordéis e saunas, quando o governo holandês impôs medidas para conter a epidemia de Covid-19 no dia 15 de março.
Uma reabertura limitada foi permitida para evitar a venda de droga no mercado ilegal e garantir o suprimento de maconha medicinal. No entanto, como as restrições do coronavírus proíbem aglomerações, os compradores não podem mais ficar nos cafés para fumar.
"O que vimos foi pessoas correndo para os cafés para comprarem algo", disse o prefeito de Nijmegen, Hubert Bruls, em uma entrevista. "Decidimos no dia seguinte, juntamente com o governo, que as pessoas podem ao menos pegar alguma coisa".
Bruls disse que as autoridades da Holanda querem evitar as vendas ilegais.
"É uma escolha entre dois males, porque você pode dizer 'fechem os cafés', mas aí sabemos de uma coisa com certeza, que o comércio ilegal voltará".
No café Jetset, em Nijmegen, cidade do leste do país, precauções de segurança foram adotadas para impedir que clientes e vendedores possam se infectar uns aos outros.
Placas do lado de fora dizem "Podemos recusar a entrada de gente tossindo e espirrando" e "Gel antisséptico exigido na entrada".
"Temos um monte de gente usando a maconha para fins medicinais: analgésicos, pessoas com esclerose múltipla, pessoas em quimioterapia que realmente se beneficiam dela", disse Stan Esmeijer, proprietário do café Kronkel, ao lado do
Jetset.
"Ela também relaxa um pouco. Especialmente nesta época, é bacana também ter momentos em que você pode relaxar. Algumas pessoas usam uma bebida para isso, e outras um baseado", opinou.
A Holanda permite a venda de quantidades pequenas de maconha, como parte de uma política que visa reduzir a criminalidade e os riscos de saúde.
As taxas de uso são muito menores do que as de muitos outros países.