Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A ida do senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), para o comando da Casa Civil deflagrou uma dança das cadeiras na CPI da Covid do Senado, abrindo espaço para o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), primogênito do presidente Jair Bolsonaro, fazer parte da comissão de inquérito que tem fustigado o governo federal.
Até o momento Flávio Bolsonaro vinha participando esporadicamente da CPI sem ser membro efetivo. Agora passará a ser suplente da CPI.
Houve uma triangulação. Ciro Nogueira era titular da CPI, mas, com a ida para o governo, a sua vaga passou a ser ocupada pelo correligionário Luiz Carlos Heinze (RS), antes suplente. Ato contínuo, se definiu Flávio Bolsonaro para ocupar a cadeira do senador gaúcho.
Os trabalhos da CPI - interrompidos durante o recesso de julho - têm sido um dos principais focos de preocupação do governo, devido ao avanço de investigações sobre suspeitas de irregularidades na compra de vacinas contra Covid-19.
O governo tem minoria no colegiado, que deverá retomar as atividades na próxima semana com depoimentos.
A própria ida de Ciro Nogueira - expoente do centrão - para o governo é tida como uma das apostas do governo para melhorar sua relação com o Senado.