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Líderes do G20 discutem ajuda a nações mais pobres no mundo pós-coronavírus

Publicado 21.11.2020, 16:22
© Reuters. Paciente com Covid-19 em hospital na França
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Por Raya Jalabi e Ryan Woo

PEQUIM/DUBAI (Reuters) - Líderes das 20 maiores economias (G20) estão debatendo neste fim de semana como distribuir vacinas, medicamentos e testes para a Covid-19 em todo o mundo para que os países mais pobres não sejam deixados de fora enquanto as nações procuram caminhos para gerenciar uma recuperação pós-coronavírus.

Os líderes estão realizando um encontro virtual de dois dias via videoconferência por conta da pandemia, sob a presidência da Arábia Saudita, que mantém a presidência rotativa do G20 até o final de novembro.

A pandemia de Covid-19, que lançará a economia global em uma recessão profunda este ano antes de uma recuperação econômica esperada em 2021, está no topo da agenda.

Em seu discurso de abertura aos líderes do G20, o rei Salman bin Abdulaziz, governante saudita de 84 anos, enfatizou a necessidade de acesso equitativo às ferramentas para combater a Covid-19, incluindo vacinas.

“Devemos trabalhar para criar as condições de acesso equitativo e a preço acessível dessas ferramentas para todos os povos. Ao mesmo tempo, devemos nos preparar melhor para qualquer futura pandemia”, afirmou.

Os líderes do G20 temem que a pandemia possa aprofundar ainda mais as divisões globais entre ricos e pobres.

"Precisamos evitar a todo custo um cenário de um mundo de duas velocidades, onde apenas os mais ricos podem se proteger contra o vírus e reiniciar uma vida normal", disse o presidente francês Emmanuel Macron durante a cúpula.

Para isso, a União Europeia exortou os líderes do G20 a investir rapidamente mais dinheiro em um projeto global de vacinas, testes e tratamentos batizado de Acelerador de Acesso às Ferramentas para Covid-19 (ACT Accelerator).

"Na cúpula do G20, pedi 4,5 bilhões de dólares a serem investidos no ACT Accelerator até o final de 2020 para aquisição e entrega de testes de Covid-19, tratamentos e vacinas em todos os lugares", disse a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter.

"Precisamos mostrar solidariedade global", afirmou ela.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu fornecer a vacina russa contra o coronavírus, a Sputnik V, a outros países e disse que Moscou também está preparando uma segunda e uma terceira vacina.

A China, onde a pandemia teve origem há um ano, também se ofereceu para cooperar nas vacinas. O país tem cinco candidatas a vacina que estão passando pela última fase de testes.

"A China está disposta a fortalecer a cooperação com outros países em pesquisa e desenvolvimento, produção e distribuição de vacinas", disse o presidente chinês Xi Jinping.

"Vamos ... oferecer ajuda e apoio a outros países em desenvolvimento e trabalhar duro para tornar as vacinas um bem público que os cidadãos de todos os países possam usar e pagar", acrescentou.

FUTURO

Para se preparar para o futuro, a UE irá propor um tratado sobre pandemias.

"Um tratado internacional nos ajudará a responder mais rapidamente e de maneira mais coordenada", dirá o chairman dos líderes da UE, Charles Michel, ao G20.

Enquanto a economia global está se recuperando das profundezas da crise, o ímpeto está diminuindo em países com taxas de infecção crescentes, a retomada é desigual e a pandemia provavelmente deixará cicatrizes profundas, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório para a cúpula do G20.

Especialmente vulneráveis ​​são os países pobres e altamente endividados do mundo em desenvolvimento, que estão "à beira da ruína financeira e da crescente pobreza, fome e sofrimento incalculável", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, na sexta-feira.

© Reuters. Paciente com Covid-19 em hospital na França

Para resolver isso, o G20 endossará um plano para estender uma moratória do serviço da dívida para os países em desenvolvimento por seis meses até meados de 2021, com a possibilidade de uma nova prorrogação, disse um projeto de comunicado do G20 visto pela Reuters.

Os membros europeus do G20 devem pressionar por mais.

"É necessário mais alívio da dívida", disse Michel a repórteres na sexta-feira.

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