Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A CPI da Covid do Senado criou sete núcleos para aprofundar as investigações durante o recesso parlamentar, período em que integrantes da comissão também devem se reunir para discutir a elaboração do relatório final das apurações.
A comissão de inquérito, que tem fustigado o governo do presidente Jair Bolsonaro, foi prorrogada recentemente por mais 90 dias e pode funcionar até novembro.
O primeiro núcleo de investigação tem por objetivo apurar suspeitas de irregularidades envolvendo hospitais federais do Rio de Janeiro e organizações sociais, com a participação dos senadores Humberto Costa (PT-PE), Eliziane Gama (Cidadania-MA) e Simone Tebet (MDB-MS).
O segundo núcleo pretende se aprofundar nas suspeitas de possíveis atos de corrupção envolvendo o contrato para a compra da vacina indiana Covaxin. Nele, participam Simone Tebet e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Uma terceira linha diz respeito a empresas que tentaram intermediar a venda de vacinas para o ministério, tendo à frente o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Uma quarta frente de investigação quer aprofundar a relação de uma empresa com contratos públicos. Essa investigação terá como supervisores Eliziane Gama e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
A quinta linha de apuração vai investigar as fake news, a disseminação de notícias falsas para o enfrentamento da pandemia. Alessandro Vieira e os petistas Humberto Costa (PE) e Rogério Carvalho (SE) vão coordenar os trabalhos.
A sexta frente quer apurar o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra Covid-19 como a cloroquina. Participam dela Humberto Costa, Alessandro Vieira e Eliziane Gama.
A última frente quer apurar atitudes negacionistas do governo ou de simpatizantes, tendo como supervisores Rogério Carvalho e Otto Alencar (PSD-BA).
Além dos sete núcleos, a CPI vai se reunir entre os dias 27 e 29 de julho com juristas para discutir a tipificação de crimes de investigados pela CPI, sob o comando da senadora Simone Tebet.