Por Paul Carrel e Tomasz Janowski
BERLIM (Reuters) - Chamem de efeito Angela Merkel. Menos de duas semanas antes de uma eleição nacional, muitos eleitores alemães ainda parecem incapazes de superar o fato de que a chanceler de quatro mandatos não está concorrendo.
Uma pesquisa do instituto Allensbach para o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung mostrou nesta semana que o recorde de 40% das pessoas que pretendem ir às urnas no dia 26 de setembro ainda não decidiu em quem votar, e a maioria diz que não se sente atraída por nenhum dos candidatos.
"Nenhum deles é convincente", disse Janis Schulz, de 35 anos, da Renânia do Norte-Vestfália, mostrando dificuldade de escolher um nome.
"Quem quer que você escolha provavelmente formará uma coalizão, mas você não sabe com quem", acrescentou. "Também é difícil depois de Merkel. Ela trouxe calma – para a Alemanha e a Europa."
Em seus 16 anos no poder, Merkel conduziu a maior economia europeia através da crise financeira global, a crise de refugiados e agora a pandemia de coronavírus, dando aos alemães uma sensação muito necessária de estabilidade.
Mais desta estabilidade é o que Armin Laschet, sucessor de Merkel no comando da União Democrata-Cristã (CDU), e seu rival do Partido Social Democrata, Olaf Scholz, estão prometendo, mas nenhum deles consegue estabelecer uma vantagem robusta e seus respectivos partidos aparecem com cerca de 20% ou pouco mais nas pesquisas.
Os verdes, que tiveram um início de campanha animado com sua agenda sobre a mudança climática repercutindo entre os eleitores mais jovens, perderam o ímpeto e agora estão em terceiro lugar nas pesquisas.
Das pessoas entrevistadas pelo Allensbach, 87% disseram que pretendem votar, mas muitas dizem que não veem ninguém em quem confiam e que escolherão o "mal menor".