Por Jennifer Gauthier
VANCOUVER (Reuters) - A província canadense da Colúmbia Britânica iniciou nesta terça-feira um programa piloto de três anos para parar de processar pessoas por porte de pequenas quantidades de heroína, metanfetamina, ecstasy ou crack, como parte de um esforço para combater uma crise de overdoses de drogas.
A província é responsável por cerca de um terço das 32.000 mortes por overdose e pelo tráfico nacional desde 2016, segundo dados oficiais e declarou a overdose de drogas uma emergência de saúde pública naquele ano.
O problema se agravou com a pandemia de Covid-19, que interrompeu as cadeias de abastecimento de drogas ilícitas e também os serviços de apoio, deixando as pessoas com mais drogas tóxicas do que usariam sozinhas.
Dados preliminares divulgados nesta terça-feira pela província mostraram que houve 2.272 mortes por suspeita de intoxicação por drogas ilícitas em 2022, o segundo maior número anual já registrado, atrás de 2021, que teve mais 34 mortes.
O governo do primeiro-ministro Justin Trudeau disse em maio que deixaria a Colúmbia Britânica descriminalizar as drogas em uma isenção inédita no Canadá. Ao não processar pessoas que transportam pequenas quantidades de drogas, o governo da província espera resolver o problema como um problema de saúde, e não por meio do sistema de justiça criminal.
A província diz que a isenção visa reduzir o estigma associado ao uso de substâncias e facilitar a abordagem das pessoas às autoridades para obter orientação.
(Reportagem de Ismail Shakil em Ottawa e Anna Mehler Paperny em Toronto)