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Província chinesa de Hubei crema vítimas do coronavírus "sem adeus nem cerimônias"

Publicado 30.03.2020, 10:19
© Reuters. .

Por Brenda Goh

JINGZHOU, China (Reuters) - Dez urnas ainda não reivindicadas aguardam no crematório de Jingzhou, cidade da província chinesa de Hubei, a mais atingida pelo coronavírus.

Não apenas os funerais estão proibidos em toda a China, mas, em locais como Jingzhou, familiares que perderam entes queridos estão retidos em casa e precisam esperar até mesmo para recuperar os restos mortais de seus entes queridos.

As cinzas dos mortos "estão sob nossos cuidados por ora porque seus familiares estão em quarentena, ou estão longe e ainda não podem voltar", disse o diretor do crematório de Jingzhou, que só informou o sobrenome Sheng por não ter permissão para falar com a mídia.

"Nem adeus nem cerimônias são permitidos", disse Sheng à Reuters, em tom pragmático, em seu escritório no edifício amarelado.

O coronavírus já infectou mais de meio milhão de pessoas e matou cerca de 25 mil em mais de 200 países. Na China, onde surgiu, o vírus transtornou não somente a vida cotidiana, mas também a despedida concedida aos mortos por causa de sua natureza altamente contagiosa.

Seja qual for a causa da morte, as famílias chinesas de luto não podem realizar funerais desde 1º de fevereiro, apesar de o surto do país estar cedendo -- inclusive em Hubei, onde o vírus surgiu em dezembro.

Para os familiares, nada dos rituais complexos e reconfortantes, repletos de piedade filial, para garantir uma jornada pacífica para o além: vigílias noturnas, roupas brancas, visitante prestando suas últimas homenagens em torno do corpo cuidadosamente vestido no caixão, talvez preces taoístas ou budistas.

Uma casa funerária de Jingzhou estava vazia. Macacões anticontaminação estavam pendurados do lado de fora de uma sala onde os funcionários que transportam corpos do hospital ao crematório cochilavam.

Para as famílias em quarentena tudo é ainda mais solitário, já que não podem sequer honrar as cinzas dos mortos.

© Reuters. Prédio na cidade chinesa de Jingzhou, em Hubei

"O que fizemos para merecer tal punição?", questionou Wang Wenjun, que mora em Wuhan, a capital provincial de Hubei, à Reuters no mês passado depois que sua família teve que esperar 15 dias pelas cinzas do tio, que morreu de Covid-19, a doença semelhante à pneumonia causada pelo novo coronavírus.

Sem funerais, a equipe de Sheng, como os funcionários de crematórios de grande parte da China, vão direto ao trabalho, alguns com trajes cirúrgicos com macacões azuis e toucas.

"No passado, antes da epidemia, haveria uma vigília de até três dias e faríamos nosso trabalho depois", contou Sheng. "Mas agora, quando a pessoa morre, o hospital realiza a desinfecção e a cremação acontece logo depois".

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