Por Tom Balmforth e Andrey Ostroukh
MOSCOU (Reuters) - O presidente Vladimir Putin prolongou até 30 de abril o período de paralisação remunerada do trabalho em toda a Rússia nesta quinta-feira, intensificando medidas para conter a disseminação do coronavírus apenas uma semana depois de o Kremlin dizer que não havia epidemia.
A Rússia, que já relatou 3.548 casos e 30 mortes, já adotou um isolamento parcial em muitas regiões, inclusive a capital Moscou, que se tornou o epicentro do surto do país.
Ainda nesta quinta-feira, Putin fez um pronunciamento televisionado à nação dizendo que o isolamento parcial e o período sem trabalho desta semana ajudaram a frear o contágio, mas que este último precisa ser prorrogado.
Horas depois, o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que as restrições na cidade vigorarão até 1º de maio. Os moradores têm permissão de sair de casa para comprar alimentos e remédios nas proximidades, receber tratamento médico urgente, levar o cachorro para passear ou tirar o lixo.
As medidas de isolamento agravam uma situação econômica já difícil para a Rússia –-que vem sendo golpeada pela queda acentuada no preço do petróleo, sua principal exportação--, que empurrou a moeda para sua pior cotação em quatro anos.
O presidente disse que as medidas poderiam ser suspensas antes de 30 de abril se a situação melhorar.
Três fontes de alto escalão disseram à Reuters nesta semana que o governo está cogitando declarar um estado de emergência, mas Putin não fez menção disso em seu pronunciamento.
Em um pronunciamento semelhante feito na quarta-feira da semana passada, Putin deu esta semana de folga aos russos, mas muitos continuaram a trabalhar remotamente.
(Reportagem adicional de Gabrielle Tétrault-Farber)