BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou nesta segunda-feira a antecipação do debate para a aplicação de uma terceira dose ou dose de reforço de vacina contra Covid-19 sem o país sequer ter aplicado em toda a população a primeira dose, ao defender que os gestores esperem uma orientação do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Mais cedo, o Estado de São Paulo anunciou que iniciará uma nova campanha de vacinação contra a Covid-19 em 17 de janeiro do ano que vem, um ano após a primeira aplicação de um imunizante contra a doença no Brasil.
Segundo o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, não se trata de um reforço, mas sim "uma necessidade que nós temos de estar sempre anualmente fazendo uma proteção". [L1N2OV105]
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autorizou nesta segunda um estudo clínico para avaliar a eficácia de uma terceira dose da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca (LON:AZN).
"Nós não conseguimos avançar ainda em 100% da população com a primeira dose da vacina. Qual é a evidência científica disponível que nós devamos já começar a falar numa terceira dose? Isso só leva a mais insegurança à população. 'Ah, vou precisar tomar uma terceira dose agora'. Então quando nós dissermos isso à população é necessário que nós tenhamos uma evidência científica sólida, inclusive como nós devemos fazer", disse Queiroga.
"Por exemplo, se é com o mesmo imunizante, se vamos usar intercambialidade, se é com outro imunizante, se é só um booster que vai se fazer, um reforço, ou se nós precisamos aplicar duas doses. Então é por isso que tenho feito um apelo a todos os gestores para que nós sigamos a decisão do Programa Nacional de Imunização", reforçou.
Queiroga já disse que espera concluir a vacinação de todos os brasileiros acima dos 18 anos até setembro deste ano.
(Reportagem de Ricardo Brito; Edição de Eduardo Simões)