(Reuters) - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quinta-feira que o acordo inicial para compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V deve ser cancelado.
Queiroga alega que a vacina ainda não recebeu o registro emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Brasil, no momento, não tem mais necessidade de compra nem da vacina indiana Covaxin nem da Sputnik, já que há previsão de chegada de imunizantes suficientes de outros laboratórios que já contam com autorização da Agência.
Segundo o ministro, isso pode ser alterado caso a vacina russa obtenha autorização de uso definitivo ou emergencial pela Anvisa no futuro.
O contrato para a compra de 10 milhões de doses da Sputnik V foi acertado em março, quando Eduardo Pazuello era o ministro da Saúde.
A decisão do ministério não afeta o acordo com os governos estaduais, que obtiveram autorização de importação emergencial e pretendem comprar 66 milhões de doses da Sputnik.
No entanto, o acordo prevê uma importação inicial de apenas 1 milhão de doses que devem ser aplicadas em uso controlado para estudos de segurança e eficácia, já que a Anvisa disse não ter recebido dados suficientes do próprio laboratório russo Gamaleya.
Até agora, segundo a Anvisa, apenas quatro dos nove estados importadores assinaram o termo de compromisso que autorizaria o uso da Sputnik V dentro dessas condições controladas e nenhuma vacina chegou ao Brasil.