Por John Irish
PARIS (Reuters) - Ao menos 570 pessoas já morreram em casas de repouso de uma região do leste da França durante o surto de coronavírus, o que eleva a possibilidade de um número muito maior de mortes ligadas à doença em todo o país.
A França se tornou o quarto país a ultrapassar a marca de 4 mil mortes do coronavírus na quarta-feira, mas esta cifra não inclui óbitos ocorridos fora dos hospitais.
As mortes em casas de repouso aumentaram nos últimos dias, com dezenas de mortes relatadas pelo país. Autoridades não relacionaram as mortes com o coronavírus, levando em conta a idade e o estado de saúde de muitos dos falecidos.
"Até 31 de março, 411 das 620 casas de repouso da região foram afetadas pelo Covid-19", disse a autoridade de saúde pública da região do Grande Leste em comunicado. "Quinhentas e setenta pessoas morreram no total".
A região do Grande Leste foi a primeira da França a ficar sobrecarregada por uma onda de infecções que se disseminou rapidamente no oeste e abarcou a região da grande Paris, onde os hospitais estão tentando desesperadamente acrescentar leitos de tratamento intensivo para lidar com o influxo de pacientes em estado grave.
A agência nacional de saúde atualizará suas cifras em breve para incluir as casas de repouso e pessoas que podem ter falecido em casa por causa do vírus.
Quase 1 milhão de pessoas moram nas cerca de 7 mil casas de repouso francesas.
Na semana passada, agências de saúde de todo o país confirmaram publicamente cerca de 100 mortes nestes estabelecimentos. Isso inclui 19 mortes desde 20 de março em uma casa do sudeste, disse a agência de saúde local na quarta-feira.
O setor pediu exames para todos seus profissionais, já que muitas vezes o vírus entra nestas casas através dos funcionários.
Ainda em março, representantes graduados das casas de repouso alertaram o Ministério da Saúde que os profissionais precisam de 500 mil máscaras e que ao menos 100 mil pessoas poderiam morrer se a situação não for controlada.
"Temos que limitar o impacto nos idosos, já que sabemos que eles são os mais frágeis. Precisamos de meios. Precisamos de máscaras em estabelecimentos e nas casas das pessoas", disse Romain Gizolme, chefe de uma associação de cuidados de idosos.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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