MADRI (Reuters) - As mortes na Espanha pelo novo coronavírus subiram em 832 em um dia, chegando a 5.690, com hospitais e necrotérios sobrecarregados e um chefe de polícia que lutou contra as lágrimas para anunciar a morte de um colega.
Atrás apenas da Itália em mortes, a Espanha também viu o número de infecções crescer para 72.248 neste sábado, de 64.059 no dia anterior.
O chefe de saúde de emergência, Fernando Simon, afirmou que a epidemia parecia ter chegado ao seu pico em algumas áreas, mas que a nação estava sem leitos de tratamento intensivo suficientes. “Continuamos a ter um grande problema com a saturação da UTI”, disse Simon.
Com a Espanha preparando-se para entrar em sua terceira semana de quarentena, um prédio público não utilizado conhecido como “O Donut” foi o último a ser transformado em um necrotério improvisado, depois de um rinque de gelo municipal semana passada, afirmou a imprensa espanhola, incluindo o El País.
O chefe da Guarda Civil, José Manuel Santiago, ficou emocionado ao fazer homenagem ao chefe do grupo de ação rápida da sua organização, que morreu de coronavírus na sexta-feira.
Uma entrega de 1,2 milhão de máscaras compradas da China pelo Ministério do Transporte para funcionários da saúde, transporte e correios chegou ao aeroporto de Madri, afirmou o governo.
Escolas, bares, restaurantes e lojas de produtos não-essenciais estão fechados desde 14 de março, e a maioria da população da Espanha está em casa na tentativa de limitar a disseminação do vírus.
(Reportagem de Jordi Rubio, Luis Felipe Castilleja, Silvio Castellano, Clara-Laeila Laudette e Elena Rodriguez)