LONDRES (Reuters) - As vacinas contra Covid-19 distribuídas na Inglaterra podem diminuir a transmissão do coronavírus nos lares até pela metade, mostraram nesta quarta-feira dados da Saúde Pública da Inglaterra (PHE), além da proteção que elas oferecem contra infecções sintomáticas.
A pesquisa oferece um vislumbre de uma das maiores incógnitas sobre as vacinações contra a Covid-19, que é até que ponto elas evitam a transmissão do coronavírus, e pode dar fôlego aos planos do primeiro-ministro, Boris Johnson, de encerrar o lockdown inglês em junho.
"Já sabemos que as vacinas salvam vidas, e este estudo tem os dados mais abrangentes do mundo real mostrando que elas também cortam a transmissão deste vírus mortal", disse o ministro da Saúde, Matt Hancock.
Novas pesquisas mostram que as pessoas que foram infectadas com o coronavírus três semanas depois de receberem uma dose da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca ficaram entre 38% e 49% menos suscetíveis de transmiti-lo a contatos domiciliares na comparação com as que não foram vacinadas.
As vacinas também impedem que pessoas inoculadas desenvolvam infecções sintomáticas, reduzindo o risco em cerca de 60% a 65% quatro semanas após uma dose de qualquer uma das vacinas.
"Embora estas descobertas sejam muito animadoras, mesmo se você tiver sido vacinado, é muito importante continuar a agir como se você tivesse o vírus", disse Mary Ramsay, chefe de imunização da PHE.
O estudo incluiu mais de 57 mil contatos de 24 mil lares nos quais havia um caso confirmado em laboratório que recebeu uma vacinação, disse a PHE, em comparação com quase 1 milhão de contatos de casos não vacinados.
(Por Alistair Smout)