Por Carl O'Donnell e Jeff Mason
(Reuters) - A variante Delta da Covid-19 é agora a linhagem predominante em todo o mundo, disseram nesta sexta-feira autoridades dos Estados Unidos, país que registra uma disparada de casos e mortes pela doença entre pessoas não vacinadas.
Os casos de Covid-19 dos EUA aumentaram 70% em relação à semana anterior e as mortes subiram 26%. Os surtos ocorrem em partes dos EUA com índices de vacinação baixos, disse Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), durante uma entrevista coletiva.
A média de sete dias de casos diários agora está em mais de 26 mil, mais do que o dobro da mínima de cerca de 11 mil casos em junho, de acordo com dados do CDC.
"Isto está se tornando uma pandemia dos não vacinados", disse Walensky, acrescentando que 97% das pessoas hospitalizadas no país com Covid-19 pertencem a esta categoria.
Segundo ela, um número crescente de condados agora exibe um risco alto de transmissão de Covid-19, revertendo declínios consideráveis do risco de transmissão dos últimos meses.
Cerca de um de cinco casos novos ocorrem na Flórida, disse Jeff Zients, coordenador de reação à Covid-19 da Casa Branca.
A variante Delta, que é consideravelmente mais contagiosa do que a variante original da Covid-19, já foi detectada em cerca de 100 países e agora é a linhagem predominante em todo o mundo, disse o doutor Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas dos EUA.
"Estamos lidando com uma variante formidável" da Covid-19, disse Fauci durante a entrevista coletiva.
Walensky pediu que os norte-americanos não imunizados recebam vacinas contra a Covid-19, e disse que os imunizantes da Pfizer (NYSE:PFE) e da Moderna (NASDAQ:MRNA) se mostram especialmente eficazes contra a variante Delta.
Ela disse que as pessoas deveriam receber a segunda dose da vacina mesmo se tiverem ultrapassado o prazo de tempo recomendado para fazê-lo.
Cerca de 5 milhões de pessoas foram vacinadas nos EUA nos últimos 10 dias, disse Zients, inclusive muitas em Estados que até agora têm índices de vacinação mais baixos.
Ele acrescentou que o país tem vacinas suficientes à disposição para administrar doses de reforço, mas que ainda está trabalhando para determinar se elas serão necessárias.
(Por Carl O'Donnell, Jeff Mason e Lisa Lambert)