Após as recentes turbulências com o USDT, stablecoin emitida pela Tether, o cofundador do projeto defendeu processos de auditorias constantes nas reservas da empresa.
A declaração do ex-Tether William Quigley, agora executivo da WAX, foi veiculada pela CoinDesk TV na terça-feira (23).
Medidas necessárias
O posicionamento defendido por Quigley é pautado após o acordo selado entre Bitfinex, Tether e a Procuradoria do Estado de Nova York (NYAG, sigla em inglês).
Ao analisar o processo adotado pela criptomoeda, de misturar o dinheiro operacional com o custodial, Quigley define:
“Eles são seus próprios inimigos.”
Em tom de crítica, o executivo questiona: “o quão difícil é fazer uma auditoria?”. Quigley defende que o processo de fiscalização deve ser feito ao menos uma vez por trimestre ou mensalmente.
Desta forma, é possível averiguar se está sendo adicionado um dólar nas reservas toda vez que um USDT é gerado.
Em resposta a Quigley, o conselheiro geral da Tether, Stuart Hoegner, informou ao CoinDesk que a empresa está se organizando:
“A Tether está tomando medidas para aumentar a transparência e planejar fazer anúncios sobre isso em seu devido tempo.”
Riscos ao Bitcoin?
A Tether movimenta mais de US$ 41 bilhões em transações. Este dado promove a empresa como uma das principais de stablecoins lastreadas em dólar, cotado em aproximadamente a R$ 5,54.
Devido à ligação com a moeda estadunidense, o USDT tornou-se uma chave de liquidez importante para os investidores.
No entanto, Quigley pontua que alguns fatores podem interferir no crescimento da criptomoeda.
Para o executivo, a emissão de uma moeda digital gerida pelo governo pode tirar o espaço de outros criptoativos no mercado.
Além disso, analistas do JPMorgan disseram em fevereiro que a situação delicada da Tether com a NYAG poderia impactar na sua credibilidade de mercado.
Para os especialistas, este cenário acarretaria em riscos sistêmicos para o criptomercado.
Caso NYAG
A NYAG acusou a Theter e a Bitfinex por manipulação de mercado. Ambas se comprometeram em pagar uma multa de US$ 18,5 milhões, cerca de R$ 102,48 milhões, para encerrar o processo.
Além disso, a Tether deverá fornecer relatórios periódicos à Procuradoria. O órgão governamental defende que o levantamento facilitará o controle e transparência dos fundos da stablecoin.