Por Andrew Osborn e Gleb Stolyarov
MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia nesta quarta-feira de usar táticas terroristas para tentar provocar um novo conflito e desestabilizar a anexada Crimeia, depois de os russos terem dito que haviam impedido duas ações armadas ucranianas para colocar sabotadores dentro da disputada península.
O FSB, serviço secreto russo, declarou que duas pessoas foram mortas em combate e que suas forças haviam desmantelado uma rede de espionagem ucraniana dentro da Crimeia. Kiev negou as afirmações, as chamando de uma tentativa de Moscou para criar uma desculpa para provocar uma situação de guerra.
O presidente russo acusou Kiev de fazer um jogo perigoso e disse que não via sentido em ter uma nova rodada de negociações sobre o problemático processo de paz no leste da Ucrânia durante a cúpula do G20 na China no mês que vem.
“As pessoas que tomaram o poder em Kiev mudaram para táticas de terror em vez de buscar maneiras para uma solução pacífica”, disse Putin à imprensa, acrescentando que a Rússia não deixaria tais ações passarem sem uma resposta.
“A tentativa de provocar uma onda de violência, de provocar um conflito, nada mais é que um desejo de distrair a sociedade (ucraniana) dos seus problemas”, completou. Putin chamou as ações da Ucrânia de “criminosas”.
Os comentários de Putin provocam temores de que a Rússia, que vem regularmente se reforçando militarmente na Crimeia, pode estar considerando uma nova ação militar.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declarou que as acusações russas eram um pretexto cínico para fazer mais ameaças militares contra a Ucrânia.
“As acusações russas contra a Ucrânia de terrorismo na Crimeia ocupada parece tão absurdas e cínicas quanto os comunicados da liderança russa sobre a ausência de tropas do país em Donbass (região da Ucrânia)", disse Poroshenko.